"Toda história tem três lados: o meu, o seu e os fatos." ( Foster Russel)

sexta-feira, 20 de janeiro de 2012

Exército israelense prende deputado palestino do Hamas em Belém

O Exército israelense deteve nesta sexta-feira (20) Khaled Ibrahim Tafesh deputado palestino do Hamas na cidade cisjordaniana de Belém, horas depois da detenção na noite de quinta-feira do presidente do Parlamento, Aziz Dueik, em um posto de controle nas proximidades de Ramala.

Ahmed Bahar, um dos porta-vozes do Hamas, considerou nesta sexta-feira que a detenção de Dueik e de Tafesh foi realizada para impedir a reconciliação entre as facções palestinas e pediu à Organização para a Libertação da Palestina (OLP) o fim das conversas que mantém com Israel na Jordânia.

"O que ocorreu requer que o presidente, Mahmoud Abbas, declare o fim imediato das negociações em Amã por respeito ao nosso povo, ao Parlamento e seu presidente", disse Bahar em Gaza.

O dirigente islamita afirmou que deve existir "uma firme mensagem à ocupação (Israel) de que seus contínuos crimes não vão ter cobertura por parte da Autoridade Palestina e que não ficarão sem resposta".

Por: Agência EFE
Leia matéria na íntegra..>http://br.noticias.yahoo.com/ex%C3%A9rcito-israelense-prende-deputado-palestino-hamas-bel%C3%A9m-144604382.html

Vada a bordo, Serra Schettino!

Depois de meses de pressão para que entrasse na disputa pela Prefeitura de São Paulo, o ex-governador José Serra (PSDB) reuniu o seu grupo de aliados mais próximos e informou em tom solene que não será candidato na eleição municipal deste ano.

Deu no Estadão:

Embora, em se tratando do que Serra diz, a única verdade que se pode afirmar conter no que fala é a de que é falsa cada palavra, talvez se possa comparar sua atitude com a do capitão italiano do Costa Concórdia, o transatlântico naufragado nas costas da Itália.

Não importa que Alckmin e Aécio esfreguem as mãos diante da possibilidade de que ele, candidato, perca e afunde. A nau tucana aderna em São Paulo, seu porto seguro, Kassab procura desesperadamente um colete salva-vidas petista, reina a confusão a bordo do Tucanic.

E o capitão do Tucanic, embora estropiado depois de ter apanhado de um “poste” – não é, Montenegro? – diz que vai descer à terra para apreciar o naufrágio sem molhar os pés. Entrega a Alckmin o supremo comando e diz: “carregue seu candidato”.

Infelizmente, Fernando Henrique Cardoso não tem a estatura moral daquele capitão da guarda costeira italiana e não pode dar um grito: Vadda a bordo, catzo!

Alckmin, reinando sobre os destroços, dirá que que os salvados do naufrágio são só seus.
E a elite paulista, tão orgulhosa e soberba com os pobres, irá negociar os despojos com Minas, numa antítese de Borba Gato e Raposo Tavares.

Parte dela, é claro, porque a São Paulo que sabe ler no seu brasão o latim “non ducor, duco”, o “não sou conduzido,conduzo”, não se afogará como o tucanato. Mesmo que seja num cruzeiro de luxo.

Postado por Fernando Brito
No Blog O Tijolaço

Estados Unidos vão facilitar entrada de brasileiros e chineses

O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, assinou hoje (19) ordem executiva com medidas para estimular o turismo no país. Quem sai ganhando é o turista brasileiro. De olho na classe média do Brasil, da China e Índia, o governo norte-americano prevê simplificar e reduzir em 40% o tempo de concessão de vistos para turistas dos três países, segundo informações divulgadas no site oficial da Casa Branca, sede do governo dos Estados Unidos.

A meta é entrevistar 80% dos candidatos em até três semanas após o pedido de visto. Outra ideia em teste é isentar viajantes brasileiros e chineses da entrevista para concessão do visto, desde que sejam classificados como de “baixo risco” pelo Departamento de Segurança, como em caso de pedido de renovação do documento.

Com as iniciativas de estímulo ao turismo, Obama espera movimentar a economia do país, que enfrenta dificuldades. O turismo representa 2,7% do Produto Interno Bruto (PIB) e é responsável por 7,5 milhões de empregos nos Estados Unidos, conforme dados de 2010. Calcula-se a criação de 1 milhão de empregos na próxima década, se mais turistas estrangeiros escolherem os Estados Unidos como destino de viagem.

“A cada ano, 10 milhões de turistas de todo o mundo visitam a América. Quanto mais pessoas visitam a América, mais norte-americanos voltam ao mercado de trabalho”, disse Obama, no parque da Disney World, na Flórida.

Os chineses e brasileiros estão entre os turistas que mais gastam, de US$ 5 mil a US$ 6 mil por viagem. Em 2011, os consulados americanos emitiram 1 milhão de vistos na China e 800 mil no Brasil, crescimento de 34% e 42% respectivamente.

Fonte: Agência Brasil
Via: Portal Vermelho

quinta-feira, 19 de janeiro de 2012

África, um continente sem história?

Não há região do mundo mais vítima da naturalização da miséria do que a África. Na concepção eurocêntrica, bastaria cruzar o Mediterraneo para se ir da “civilização” à “barbárie”. Como se a África não tivesse história, como se seus problemas fossem naturais e não tivessem sido resultado do colonialismo, da escravidão e do neocolonialismo.

Continente mais pobre, mais marcado por conflitos que aparecem como conflitos étnicos, região que mais exporta mão de obra – a África tem todas as características para sofrer a pecha de continente marcado pelo destino para a miséria, o sofrimento, o abandono.

Depois de séculos de despojo colonial e de escravidão, os países africanos acederam à independência política na metade do século passado, no bojo da decadência definitiva das potências coloniais europeias. Alguns países conseguiram gerar lideranças políticas nacionais, construir Estados com projetos próprios, estabelecer certos níveis de desenvolvimento econômico, no marco do mundo bipolar do segundo pós-guerra.

Mas essas circunstâncias terminaram e o neocolonialismo voltou a se abater sobre o continente africano, vítima de novo da pilhagem das potências capitalistas. A globalização neoliberal voltou a reduzir o continente ao que tinha sido secularmente: fornecedor de matérias primas para as potências centrais, com a única novidade que agora a China também participa desse processo.

Mas o continente, que nunca foi ressarcido pelo colonialismo e pela escravidão, paga o preço desses fenômenos e essa é a raiz essencial dos seus problemas. Mesmo enfrentamentos sangrentos, atribuídos a conflitos étnicos, como entre os tutsis e os hutus, se revelaram na verdade expressão dos conflitos de multinacionais francesas e belgas, com envolvimento dos próprios governos desses países.

Hoje a África está reduzida a isso no marco do capitalismo global. Salvo alguns países como a Africa do Sul, por seu desenvolvimento industrial diferenciado e alguns países que possuem matérias primas ou recursos energéticos estratégicos, tem um papel secundário e complementar, sem nenhuma capacidade de assumir estratégias próprias de desenvolvimento e de superação dos seus problemas sociais.

A globalização neoliberal acentuou a concentração de poder e de renda no centro em detrimento da periferia. Os países emergentes – em particulares latino-americano e alguns asiáticos – conseguiram romper essa tendência, mas não os africanos, porque não conseguiram eleger governos que rompessem com a lógica neoliberal predominante.

O novo ciclo da crise capitalista e a primavera no mundo árabe podem trazer novidades que permitam a países africanos somar-se aos governos progressistas da América Latina.

Por Emir Sader
Via Carta Maior

quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

Aloizio Mercadante vai assumir o Ministério da Educação

Foto: Antonio Cruz/ABr
O ministro da Ciência e Tecnologia, Aloizio Mercadante, vai substituir Fernando Haddad no Ministério da Educação. A informação foi dada pela ministra-chefe da Secretaria de Comunicação Social, Helena Chagas. Para o lugar de Mercadante no Ministério da Ciência e Tecnologia, irá o atual presidente da Agência Espacial Brasileira, Marco Antônio Raupp.

“A presidenta da República, Dilma Rousseff, agradece o empenho e a dedicação do ministro Haddad à frente de ações que estão transformando a educação brasileira e deseja a ele sucesso em seus projetos futuros. Da mesma forma, ressalta o trabalho de Mercadante e Raupp nas atuais funções, com a convicção de que terão o mesmo desempenho em suas novas missões”, diz a nota divulgada pela Secom.

A posse e a transmissão de cargo dos novos ministros serão realizadas no próximo dia 24 de janeiro.
Segundo Helena Chagas, tanto o novo ministro quanto Mercadante e Haddad irão participar da reunião ministerial marcada para 23 de janeiro.

Com informação do Blog do Planalto.

Presidente do Uruguai almoça com Lula em São Paulo

Heinrich Aikawa/Ins​tituto Lula
O presidente uruguaio, José Mujica, almoçou nesta terça-feira (17) com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O encontro começou às 13h horas no hotel Sofitel, em São Paulo.

Mujica, que está de férias e é amigo de Lula, afirmou à imprensa, no final do encontro, que veio ao Brasil para visitar “esse lutador do Brasil e da América Latina por tanto e tanto tempo”. O presidente estava acompanhado da primeira-dama e senadora uruguaia Lucía Topolansky.

Também participaram do almoço o embaixador do Uruguai no Brasil, Carlos Amorín, e o diretor do Instituto Lula e ex-ministro Luiz Dulci.

De acordo com Mujica, eles conversaram sobre o tratamento do ex-presidente contra o câncer e seus planos para o futuro, em especial os projetos de integração da América Latina.

“Os povos não se dão conta da importância concreta da integração para a sua própria vida. Talvez a China não precise de integração, mas nós precisamos. Essa foi a preocupação de Lula, e disso que falamos”, afirmou.

O presidente Uruguaio se disse otimista em relação aos rumos da região. “Na América do Sul estamos vivendo um momento que nunca tivemos. Apesar de todas as dificuldades, nunca sonhamos em ser uma América Latina com a força que estamos tendo hoje.”

Segundo Mujica, o otimismo é compartilhado por Lula, que expressou a ele o “enorme afeto e confiança” que nutre pela presidenta Dilma, além de afirmar ao presidente uruguaio que vê um cenário positivo para o Brasil para a e América Latina, com estabilidade política e social.

Sobre a saúde do ex-presidente, Mujica disse que ele “está bem de cabeça e do coração, com a perspicácia e alegria de sempre”.

Fonte: Assessoria de Imprensa/Instituto Lula
Via: Portal Vermelho

terça-feira, 17 de janeiro de 2012

Contra a crise, Grécia vai alugar sítios arqueológicos


Numa medida que deve deixar muitos gregos e estudiosos horrorizados, o Ministério da Cultura da Grécia informou nesta terça-feira que vai abrir alguns de seus mais estimados sítios arqueológicos para empresas de publicidade e de outros setores.


O Ministério disse que a medida é uma formas sensata de ajudar a "facilitar" o acesso às ruínas gregas e que o dinheiro gerado será usado na manutenção e monitoramento dos locais. O primeiro local a ser aberto será a Acrópole.


Iniciativas como essa são, há décadas, condenadas por arqueólogos como um sacrilégio. Mas o Ministério da Cultura disse que o aluguel de sítios históricos será sujeito a condições rigorosas.


De acordo com instruções ministeriais datadas do final de dezembro, uma empresa comercial pode alugar a Acrópole para que fotografias profissionais sejam feitas no local por € 1.600 por dia. Manifestantes também poderão alugar locais históricos.


A Grécia precisa de cada euro que conseguir. Os cofres públicos estão vazios e o país luta para evitar um default histórico em março. A Grécia recebeu ajuda da União Europeia e do Fundo Monetário Internacional em maio de 2010 e está no processo para receber um segundo pacote de resgate, embora enfrente problemas com credores privados para reduzir sua enorme dívida.


O uso comercial de locais arqueológicos era, até agora, responsabilidade do Conselho Central de Arqueologia, que é extremamente criterioso na permissão de acesso.


Nas últimas décadas, apenas um seleto grupo de pessoas, dentre eles a cineasta Nia Vardalos e o diretor norte-americano Francis Ford Coppola receberam permissão para usar a Acrópole, enquanto a maioria dos pedidos para gravação de filmes e comerciais foi recusada.


Com informações do Dow Jones
Via: Economia&Negócios/Estadão







domingo, 15 de janeiro de 2012

Governo restringe entrada de haitianos

Ministro da Justiça José Eduardo Cardozo. Foto: Ag. Câmara
As embarcações que chegam do Peru atravessam o Rio Solimões e alcançam o lado brasileiro, aparentemente sem problemas. O preço da viagem: 3 mil dólares, pagos a “coiotes” (traficantes de pessoas) que prometem uma vida de oportunidades no Brasil.

A presença dos haitianos em Tabatinga (52 mil habitantes) e de Brasileia (22 mil habitantes)mudou a paisagem das duas cidades que não tem a infraestrutura para atender as necessidades de tanta gente.

Na terça-feira (10) o governo federal anunciou uma série de medidas após reunião entre a presidenta Dilma Rousseff e quatro ministros. Uma das medidas pretende regularizar a situação de haitianos que já estão no Brasil, mas pretende inibir o crescente movimento migratório ao País.

Para conter o fluxo de deslocamento de haitianos ilegais ao Brasil, a presidência determinou que a partir de agora só serão aceitos os haitianos que tenham visto concedido pela Embaixada do Brasil no Haiti. Quem estiver em situação irregular poderá ser deportado.

Os vistos permitirão a permanência no Brasil por cinco anos para quem vier para atividade de trabalho regular, segundo o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo...

Leia a matéria completa...>Governo restringe entrada de haitianos | Carta Capital

Leia também...>o-haiti-e-aqui

quinta-feira, 12 de janeiro de 2012

Ahmadinejad diz que única opção que resta ao capitalismo "é matar"

O presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad, afirmou nesta quarta-feira (11) em Havana que o capitalismo "está em decadência" e em "um beco sem saída" e que a única opção que resta ao sistema "é matar".

"Quando já lhe falta lógica recorrem às armas para matar e destruir. Hoje em dia a única opção que restou ao sistema capitalista é matar", disse Ahmadinejad em uma conferência na Universidade de Havana, onde recebeu o título "doutor honoris causa" em Ciências Políticas.

Em seu discurso, o presidente iraniano não fez nenhuma menção ao atentado de Teerã no qual morreu hoje o cientista Mustafá Ahmadi Roshan nem às acusações da comunidade internacional sobre o programa nuclear de seu país.

Preferiu reivindicar uma nova ordem mundial baseada na justiça e que respeite todos os seres humanos e encorajou Cuba e seus universitários a trabalharem ao lado de seu país para criá-la.

"Temos que estar alertas. Se nós não planejamos a nova ordem do mundo serão os herdeiros dos donos de escravos e os capitalistas vão controlar e impor o novo sistema", acrescentou.

Ahmadinejad realizou hoje uma visita oficial a Cuba, a terceira escala dentro da viagem latino-americana que já passou por Venezuela e Nicarágua e que continuará no Equador.

O iraniano se reunirá hoje mesmo com o presidente Raúl Castro, segundo a agenda oficial divulgada em Cuba e é provável que encontre também seu irmão Fidel, mas a informação não foi confirmada por nenhuma fonte oficial na ilha.

O périplo latino-americano de Ahmadinejad acontece no momento em que parte da comunidade internacional intensifica sua pressão contra o programa nuclear iraniano pelo temor que pretenda desenvolver um arsenal atômico, algo que o Irã nega veementemente.

A chegada de Ahmadinejad à ilha coincidiu com a notícia do atentado contra o cientista iraniano Mustafá Ahmadi Roshan, um dos responsáveis pela usina nuclear de Natanz, a maior do país, que morreu hoje no norte de Teerã na explosão de uma bomba instalada em seu carro.

Com informações da Agência EFE
Via Portal Yahoo

terça-feira, 10 de janeiro de 2012

Bento XVI - O Papa que não é pop.

Até  hoje,  o  seu   pontificado  mais  perdeu  que  aproveitou oportunidades. Perdeu-se a oportunidade de reaproximação com as igrejas protestantes; de uma reconciliação duradoura com os judeus - em vez disso, recolocou bispos notoriamente antissemitas e cismáticos em comunhão com a Igreja; de um diálogo com muçulmanos numa atmosfera de confiança mútua; de reconciliação com os povos indígenas colonizados da América Latina; de ajudar os povos da África permitindo o uso do controle da natalidade para combater a superpopulação e preservativos para combater a disseminação do HIV. Perdeu-se a oportunidade de fazer do espírito do Concílio Vaticano II a bússola de toda a Igreja Católica.

Este último ponto, respeitáveis bispos, é o mais sério de todos. Por diversas vezes, este papa acrescentou qualificativos aos textos conciliares e os interpretou contra o espírito dos padres do Concílio:

- Trouxe os bispos da tradicionalista Sociedade Pio X de volta à Igreja sem nenhuma precondição;

- Promove a Missa Tridentina medieval por todos os meios possíveis;

- Recusa-se a pôr em vigor a reaproximação com a Igreja Anglicana, exposta em documentos oficiais pela Comissão Internacional Anglicana-Católica Romana;

- Reforçou ativamente as forças anticonciliares na Igreja nomeando funcionários reacionários para postos-chave na Cúria, enquanto nomeava bispos reacionários por todo o mundo...


Leia matéria na íntegra... >>>Quem é Bento XVI - Epístola da Desobediência:

Piñera apaga dos livros de história o que Pinochet escreveu com sangue

Ao apagar das luzes de 2011, o governo direitista de Sebastian Piñera introduziu sorrateiramente uma mudança nos livros de história, na parte referente aos obscuros anos de Pinochet. Nos últimos 20 anos, ao menos duas gerações de estudantes chilenos aprenderam que o governo de Pinochet foi uma ditadura, mas, no final do ano passado, o governo de Piñera decidiu mudar esse conceito pelo de “regime militar”. O artigo é de Christian Palma.


A convivência ideológica no Chile é como uma delicada taça do melhor cristal: qualquer movimento inesperado e brusco ameaça quebrá-la. Isso ficou manifesto na última quarta-feira, quando se conheceu a mudança sorrateira realizada pelo governo de direita de Sebastian Piñera nos livros de história, na parte referente aos obscuros anos do ditador Pinochet. Nos últimos 20 anos, ao menos duas gerações de estudantes chilenos aprenderam que o governo de Pinochet foi uma ditadura, mas, no final do ano passado, o governo de Piñera decidiu mudar esse conceito pelo de “regime militar”.

Embora essa diferença não seja algo determinante no mundo acadêmico especializado em Ciências Políticas e historiografia, para a população chilena a mudança é diferente: representa a violação de um pacto com a memória história onde não há espaço para eufemismos. O governo de Pinochet foi uma ditadura com todas as letras, uma das mais sangrentas e repressivas da América Latina, onde a sociedade não pode decidir sobre o desenvolvimento que queria e teve que viver sob um terrorismo de Estado que a impediu de participar nas grandes decisões econômicas, políticas e sociais.

O pior de tudo é que as condições impostas pela ditadura pinochetista ainda perduram no Chile, com uma elite dominante que se nega a dar maiores espaços de participação aos trabalhadores. Por isso, a mudança arbitrária do governo foi considerada uma agressão para milhões de chilenos. Não se pode falar de regime militar, pois é um significado neutro para tantos anos de opressão e exploração.

Os chilenos tampouco esquecem que a mudança de ditadura para regime militar foi realizada em silêncio, a portas fechadas (como também ocorria nos tempos de Pinochet), quando o ano de 2011 estava terminando e no contexto das massivas mobilizações estudantis que exigem uma educação pública de qualidade e gratuita.

O problema veio a público no dia 9 de dezembro, quando o Conselho Nacional de Educação do Chile aprovou a proposta do governo para reduzir as horas de aulas de história e geografia do currículo escolar. No documento a expressão “ditadura militar” é substituída por “regime militar”, o que produziu um efeito borboleta que incendiou os ânimos dos chilenos.

Alejandro Goic é um dos conselheiros do Ministério da Educação. “Ninguém se apercebeu da mudança. Nem os especialistas, nem os conselheiros se deram conta quando se discutiu. É um tema sensível. E me parece que é preciso manter o termo ditadura. As ditaduras devem ser chamadas de ditaduras e as democracias de democracias.

Mas a água chegou ao rio, como se diz no Chile. O novo ministro de Educação, Harald Beyer, o terceiro da pasta em seis meses, recebeu fortes críticas, justificando a mudança de conceito e colocando mais gasolina no fogo: “As expressões são mais gerais...a de regime militar que a de ditadura”. Além disso, acrescentou que o debate “não tem a ver com apoiadores nem detratores, tem a ver com expressões que se usam habitualmente nestes currículos em distintas partes do mundo”. A frase foi dita no Palácio de La Moneda, o mesmo lugar onde morreu o ex-presidente Salvador Allende.

A polêmica também chegou ao Congresso chileno, onde como era de se esperar, o rechaço foi contundente por parte de quem sempre chamou os 17 anos de Pinochet de ditadura, enquanto que se registraram matizes entre parlamentares governistas: aqueles que procuram tomar distância de Pinochet rechaçaram a medida, e aqueles que ainda o defendem, aplaudiram.

Cristián Monckeberg, deputado direitista do partido Renovação Nacional, de onde saiu o presidente Sebastián Piñera, condenou a mudança semântica: “Se antes se chamava ditadura e agora passa a se chamar regime militar, mudança feita por alguns técnicos encerrados em um escritório, isso não vai mudar o curso da história. Eu prefiro que essa escolha de nomes seja feita pelos historiadores, os que escrevem, os que interpretam”, afirmou.

Mas na direita chilena ainda restam políticos que trabalharam para Pinochet, como o deputado Alberto Cardemil, também da Renovação Nacional, que defendeu a mudança de palavra. “É um esforço técnico e profissional do Ministério da Educação de dar uma versão equilibrada de nossa história”, disse, acrescentando que “os países precisam, com o passar do tempo, revisar sua história para dar uma versão equilibrada”.

A cereja do bolo foi colocada pelo deputado da União Democrata Independente (partido de ultra-direita), Iván Moreira, que sempre foi convidado à casa da família Pinochet. “O fato de se usar o termo ditadura é uma forma de estigmatizar um governo que entregou democraticamente o poder e isso não ocorreu em nenhuma ditadura do mundo, só no Chile, o que fala muito bem do espírito democrático do país”.

No twitter, a mudança de palavra fez explodir a rede social. O grupo de música chilena e reconhecido opositor a Pinochet, Inti Illimani, escreveu: “Voltam os eufemismos perversos da direita...FOI DITADURA!!! E PONTO. Pão, pão e vinho, vinho. PONTO!”.

Tradução: Katarina Peixoto
Via Carta Maior

‘Ainda não caiu a ficha’, diz o estudante agredido na USP por policiais


Nicolas Menezes Barreto, estudante de Ciências da Natureza na Escola de Artes, Ciências e Humanidades (EACH) da USP, foi abordado com tapas por um policial militar que participava de operação para fechar a antiga sede do Diretório Central dos Estudantes (DCE). Um vídeo (clique aqui para ver) que circula na internet registrou a cena, inclusive o momento em que o PM aponta a arma para o estudante.

Horas depois da agressão, ele ainda tentava entender o que aconteceu. Segundo ele, a cena foi apenas mais um episódio de um histórico de “opressão” promovido pela Polícia Militar na Universidade. “Eu sou o bode expiatório dessa vez, mas tem um histórico de agressões da USP nos últimos anos”, disse ele.

O caso pode ser enquadrado como intolerância ou racismo, segundo os estudantes que presenciaram o episódio.

Leia matéria na íntegra...>>>‘Ainda não caiu a ficha’, diz estudante agredido
Leia também:‘Ele foi agredido porque era negro’ | Carta Capital

Chávez: Somos livres, já não somos colônias de nenhum império

O presidente da República Bolivariana da Venezuela, Hugo Chávez Frías, recebeu nesta segunda-feira (9) no Palácio Miraflores seu colega iraniano, Mahmud Ahmadinejad.

Depois das honras militares de praxe, o chefe de Estado venezuelano deu as boas vindas ao “irmão Ahmadinejad, a ti e a tua delegação e, por intermédiio de vocês, ao povo irmão e heroico do Irã”.

Chavez refutou as acusações feitas a partir dos Estados Unidos sobre as relações entre o Irã e a Venezuela.

“Acusam-nos de belicistas, mas não somos belicistas, o Irã não invadiu nenhum país, a Revolução Islâmica do Irã não invadiu ninguém, nem a Revolução Bolivariana, não lançamos uma bomba contra quem quer que seja, lembrou o presidente.

“Quem invadiu países e povos durante 100 anos e mais? Quem lançou mísseis e milhares de bombas sobre povos indefesos, incluindo bombas atômicas? Quem provocou massacre e genocídio?”

“Nós somos parte dos povos que foram agredidos e continuamos sendo agredidos e nos pretendem apresentar como agressores, mas estamos nas lutas pelo equilíbrio do mundo, pela paz e a salvação do mundo”, disse.

E ironizou: "Os porta-vozes do imperialismo norte-americano dizem que Ahmadinejad está na Venezuela porque neste mesmo instante vamos, ele e eu, quase a partir dos porões de Miraflores, afinar a pontaria rumo a Washington, porque vão sair uns mísseis, porque vamos atacar Washington. É quase isto o que estão dizendo. É para rir mas também para ficarmos alertas”.

Chávez disse que sua reunião com o líder iraniano é para seguir fazendo a guerra “contra a fome, a miséria e o subdesenvolvimento”.

O chefe de Estado venezuelano ressaltou o trabalho conjunto dos povos venezuelano e iraniano e a luta de ambas as nações pela autodeterminação dos povos, o respeito ao direito internacional e o respeito às nações do mundo que já “não querem mais o imperialismo”.

Chávez destacou que a Venezuela seguirá construindo relações fraternas de cooperação com o governo do Irã para construir um mundo novo, "onde não haja miséria, exclusão, pobreza e onde se acabe a fome e o sofrimento das maiorias".

"Nesse camino temos marchado e estamos avançando em conquistas concretas em função dos interesses de nossos povos", expressou o líder revolucionário bolivariano.

Entre os avanços da relação bilateral, mencionou que cerca de 14 mil casas foram construídas no país com o apoio do governo iraniano, enquanto outras 7 mil casas serão construídas na Cidade Caríbia, situada entre o estado de Vargas e o Distrito Capital.

O mandatário venezuelano mencionou ainda que com a ajuda do Irã foram instaladas no país 26 usinas agroalimentares.

Ademais, disse que com o Irã o país está obtendo avanços na instalação de fábricas de tratores e de veículos e processadoras de leite.

"Esta é a nossa luta. Por isso e por mil razões, e pelas profundas relações humanas entre nossos povos, é que estamos hoje felizes ao dar as boas vindas ao presidente Ahmadinejad, não só à Venezuela, mas também as boas vindas a nossa América, esta América índia que se pôs de pé uma vez mais. Nossa América começou a caminhar com seus próprios pés, somos livres, já não somos colônias de nenhum imperio”.

Por sua vez, o presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad, disse que apesar dos "arrogantes" que fazem oposição, ele estará "para sempre" junto de seu colega venezuelano, Hugo Chávez. "Apesar dos arrogantes que não querem nos ver juntos, estaremos juntos para sempre", disse Ahmadinejad após ser recebido por Chávez.

Ahmadinejad, que visita a região enquanto os países imperialistas aumentam a pressão contra Teerã por seu programa nuclear, classificou Chávez como "irmão" e "o símbolo da revolução na América Latina". "Hoje o povo venezuelano e o povo iraniano, os dois juntos, estão em um caminho de luta contra toda a avareza dos arrogantes do imperialismo. O sistema hegemônico e dominante está em sua decadência", acrescentou.

Ahmadinejad disse que a América Latina está desperta para "reivindicar seus direitos" e considerou que a região "leva a ferida e a cicatriz de tudo o que sofreu ao longo da história, de muitos séculos". O líder iraniano vislumbrou um futuro "livre de arrogância, livre de opressão, livre de tudo o que estão fazendo os arrogantes". Após reunir-se com Chávez, está previsto que o presidente iraniano visite a Nicarágua para participar da posse de Daniel Ortega e posteriormente se dirija a Cuba e Equador.

Por: Agência Venezuelana de Notícias
via Portal Vermelho
Foto: Reprodução

sexta-feira, 6 de janeiro de 2012

Criança indígena de 8 anos é queimada viva por madeireiros



Quando a bestialidade emerge, fica difícil encontrar palavras para descrever qualquer pensamento ou sentimento que tenta compreender um acontecimento como esse. Na última semana uma criança de oito anos foi queimada viva por madeireiros em Arame, cidade da região central do Maranhão.

Por Rogério Tomaz Jr. no blog Conexão Brasília Maranhão

Enquanto a criança – da etnia awa-guajá – agonizava, os carrascos se divertiam com a cena.

O caso não vai ganhar capa da Veja ou da Folha de S. Paulo. Não vai aparecer no Jornal Nacional e não vai merecer um “isso é uma vergonha” do Boris Casoy.

Também não vai virar TT no Twitter ou viral no Facebook.

Não vai ser um tema de rodas de boteco, como o cãozinho que foi morto por uma enfermeira.

E, obviamente, não vai gerar qualquer passeata da turma do Cansei ou do Cansei 2 (a turma criada no suco de caranguejo que diz combater a corrupção usando máscara do Guy Fawkes e fazendo carinha de indignada na Avenida Paulista ou na Esplanada dos Ministérios).

Entretanto, se amanhã ou depois um índio der um tapa na cara de um fazendeiro ou madeireiro, em Arame ou em qualquer lugar do Brasil, não faltarão editoriais – em jornais, revistas, rádios, TVs e portais – para falar da “selvageria” e das tribos “não civilizadas” e da ameaça que elas representam para as pessoas de bem e para a democracia.

Mas isso não vai ocorrer.

E as “pessoas de bem” e bem informadas vão continuar achando que existe “muita terra para pouco índio” e, principalmente, que o progresso no campo é o agronegócio. Que modernos são a CNA e a Kátia Abreu.

A área dos awa-guajá em Arame já está demarcada, mas os latifundiários da região não se importam com a lei. A lei, aliás, são eles que fazem. E ai de quem achar ruim.

Os ruralistas brasileiros – aqueles que dizem que o atual Código Florestal representa uma ameaça à “classe produtora” brasileira – matam dois (sem terra ou quilombola ou sindicalista ou indígena ou pequeno pescador) por semana. E o MST (ou os índios ou os quilombolas) é violento. Ou os sindicatos são radicais.

Pressão constante

Os madeireiros que cobiçam o território dos awa-guajá em Arame não cessam um dia de ameaçar, intimidade e agredir os índios.

E a situação é a mesma em todos os rincões do Brasil onde há um povo indígena lutando pela demarcação da sua área. Ou onde existe uma comunidade quilombola reivindicando a posse do seu território ou mesmo resistindo ao assédio de latifundiários que não aceitam as decisões do poder público. E o cenário se repete em acampamentos e assentamentos de trabalhadores rurais.

Até quando?

Esclarecimento do jornal Vias de Fato

O Conselho Indigenista Missionário (CIMI) confirmou na quinta-feira (6), a informação que uma criança da etnia Awá-Gwajá, de aproximadamente 8 anos, foi assassinada e queimada por madeireiros na terra indígena Araribóia, no município de Arame, distante 476 km de São Luis. A denúncia feita pelo Vias de Fato, foi postada logo após receber um telefonema de um índio Guajajara denunciando o caso.

De acordo com Gilderlan Rodrigues da Silva, um dos representantes do CIMI no Maranhão, um índio Guajajara filmou o corpo da criança carbonizado. ”Os Awá-Gwajás são muito isolados, e madeireiros invasores montaram acampamento na Aldeia Tatizal, onde estavam instalados os Awá. Estamos atrás desse vídeo, ainda não fizemos a denúncia porque precisamos das provas em mãos” disse Gilderlan.

Violência contra indígenas é fato recorrente no Maranhão, no dia 26 de setembro de 2011, conforme denunciamos aqui nesse site, uma senhora indígena do Povo Canela, Ramkokamekrá Conceição Krion Canela, de 51 anos foi encontrada morta a pauladas. A atrocidade aconteceu no Povoado Escondido, interior de Barra do Corda. No mês de outubro, uma índia de 22 anos, deficiente mental, da terra indígena Krikati foi violentada sexualmente por um homem identificado como Francildo. Segundo Belair de Sousa, coordenador técnico da terra indígena, o indivíduo chegou na aldeia Campo Grande armado. O CIMI Nacional informou que vai emitir nota pedindo apuração do caso do assassinato da criança Awá.


Publicado no Portal Vermelho, com informações do jornal Vias de Fato

Morre Beatriz Bandeira, companheira de Olga Benário na cela 4

Morreu, aos 102 anos, Beatriz Bandeira, a última sobrevivente da famosa cela 4 – onde foram presas, na Casa de Detenção, no Rio de Janeiro, então Distrito Federal, as poucas mulheres que participaram do Levante Comunista de 1935 no Brasil.

Publicação original: Portal Vermelho

Foi na cela 4 que ficaram confinadas Olga Benário (esposa do líder do Levante, Luiz Carlos Prestes), a futura psicanalista Nise da Silveira, a advogada Maria Werneck de Castro e as jornalistas Eneida de Moraes e Eugênia Álvaro Moreyra.

Por conta dessa passagem, Beatriz virou personagem de livros como Memórias do Cárcere, o relato biográfico de Graciliano Ramos, que também esteve preso por causa da revolta.

Pouco antes, como militante comunista e da Aliança Nacional Libertadora (ANL), Beatriz conheceu seu marido, Raul, que viria a ser jornalista e secretário de Imprensa do governo João Goulart (1961-1964). Com ele se casou três vezes.

Os dois foram exilados duas vezes. Em 1936, depois da libertação, foram expulsos para o Uruguai. Em 1964, após o golpe militar, receberam abrigo na Iugoslávia e, posteriormente, na França.

De volta ao Brasil


Ao regressar ao Brasil, Beatriz continuou a militância política nos anos 1970 e 1980. Foi uma das fundadoras do Movimento Feminino pela Anistia e Liberdades Democráticas, que lutou pelo fim da ditadura no país.

Beatriz nasceu em uma família positivista. Seu pai, o coronel do Exército Alípio Bandeira, foi abolicionista. Como militar, trabalhou no Serviço de Proteção ao Índio (SPI) e ajudou o Marechal Cândido Rondon na instalação de linhas telegráficas no interior do país e no contato com tribos isoladas – Alípio liderou o encontro com os Waimiri Atroari em 1911, por exemplo.

Além de militante política, Beatriz foi poeta (publicou Roteiro e Profissão de Fé) e professora (foi demitida pelo regime militar da cadeira de Técnica Vocal do Conservatório Nacional de Teatro). Também escreveu crônicas e colaborou para o jornal A Manhã e as revistas Leitura e Momento Feminino. Há dez anos ela contou um pouco de sua história em uma entrevista à TV Câmara.

Beatriz morreu na noite de segunda (dia 2) após um AVC. Foi enterrada no final da tarde de terça-feira (3) no Cemitério São João Batista, em Botafogo.

Uma nota pessoal

Beatriz Bandeira Ryff era minha avó. Nos últimos anos de sua vida centenária a senilidade tinha lhe tirado totalmente a visão. Ela quase não falava e mal se comunicava com o mundo.

Há uns dez dias, fui visitá-la levado pelo meu filho de 8 anos que queria dar um beijo na “bisa”. Encontramos ela mais presente do que em todas as visitas nos anos anteriores. Chegou a cantarolar algumas músicas que costumava embalar o sono dos netos quando pequenos, como os hinos revolucionários Internacional, A Marselhesa (embora ela também cantasse obras não políticas, entre elas a Berceuse, de Brahms).

Ao me despedir, perguntei-lhe se lembrava o trecho do poema Canção do Tamoio, de Gonçalves Dias, que ela costumava recitar. Ela assentiu levemente com a cabeça e começou, puxando do fundo da memória. Foram suas últimas palavras para mim.

“Não chores, meu filho/Não chores, que a vida/É luta renhida:Viver é lutar./A vida é combate/Que os fracos abate/Que os fortes, os bravos/Só pode exaltar.”(Canção do Tamoio, Gonçalves Dias)


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quinta-feira, 5 de janeiro de 2012

O mundo do dinheiro e seus heróis


Até um certo momento os ricos ou escondiam sua riqueza ou tratavam de passar despercebidos, como se não ficasse bem exibir riqueza em sociedades pobres e desiguais. Ou até também para escapar da Receita.

De repente, o mundo neoliberal - esse em que tudo vale pelo preço que tem, em que tudo tem preço, em que tudo se vende, tudo se compra – passou a exibir a riqueza como atestado de competência. Nos EUA se deixou de falar de pobres, para falar de “fracassados”. Numa sociedade que se jacta de dar oportunidade para todos, numa “sociedade livre, aberta”, quem nao deu certo economicamente, é por incompetência ou por preguiça.

Ser rico é ter dado certo, é demonstrar capacidade para resolver problemas, ter criatividade, se dar bem na vida, etc., etc...

Leia o post na íntegra >>>O mundo do dinheiro e seus heróis: Por Emir Sader, no sítio Carta Maior

A esquerda mundial após 2011


Wallerstein propõe: as múltiplas correntes que desejam superar capitalismo precisam construir certos acordos, para não desperdiçar enormes esperanças surgidas no ano

Por Immanuel Wallerstein | Tradução: Daniela Frabasile
(*) Publicado originalmente em português no site Outras Palavras.


Por qualquer ângulo, 2011 foi um bom ano para a esquerda mundial – seja qual for a abrangência da definição de cada um sobre a esquerda mundial. A razão fundamental foi a condição econômica negativa, que atinge a maior parte do mundo. O desemprego, que era alto, cresceu ainda mais. A maioria dos governos enfrentou grandes dívidas e receita reduzida. A resposta deles foi tentar impor medidas de austeridade contra suas populações, ao mesmo tempo em que tentavam proteger os bancos.

O resultado disso foi uma revolta global daquilo que o movimento Occuppy Wall Street chama de “os 99%”. Os alvos eram a excessiva polarização da riqueza, os governos corruptos, e a natureza essencialmente antidemocrática desses governos — tenham eles sistemas multipartidários ou não.

O Occuppy Wall Street, a Primavera Árabe e os Indignados não alcançaram tudo o que esperavam. Mas sim conseguiram alterar o discurso mundial, levando-o para longe dos mantras ideológicos do neoliberalismo — para temas como desigualdade, injustiça e descolonização. Pela primeira vez em muito tempo, pessoas comuns passaram a discutir a natureza do sistema no qual vivem. Já não o vêem como natural ou inevitável…

A questão para a esquerda mundial, agora, é como avançar e converter o sucesso do discurso inicial em transformação política. O problema pode ser exposto de maneira muito simples. Ainda que exista, em termos econômicos, um abismo claro e crescente entre um grupo muito pequeno (o 1%) e outro muito grande (os 99%), a divisão política não segue o mesmo padrão. Em todo o mundo, as forças do centro-direita ainda comandam aproximadamente metade da população mundial, ou pelo menos daqueles que são politicamente ativos de alguma forma.

Portanto, para transformar o mundo, a esquerda mundial precisará de um grau de unidade política que ainda não tem. Há profundos desacordos tanto sobre a objetivos de longo prazo quanto sobre táticas a curto prazo. Não é que esses problemas não estejam sendo debatidos. Ao contrário, são discutidos acaloradamente, e pouco progresso tem sido feito para superar essas divisões.

Essas discordâncias são antigas. Isso não as torna fáceis de resolver. Existem duas grandes divisões. A primeira é em relação a eleições. Não existem duas, mas três posições a respeito. Existe um grupo que suspeita profundamente de eleições, argumentando que participar delas não é apenas politicamente ineficaz, mas reforça a legitimidade do sistema mundial existente.

Os outros acham que é crucial participar de processos eleitorais. Mas esse grupo está dividido em dois. Por um lado, existem aqueles que afirmam ser pragmáticos. Eles querem trabalhar de dentro – dentro dos maiores partidos de centro-esquerda quando existe um sistema multipartidário funcional, ou dentro do partido único quando a alternância parlamentar não é permitida.

E existem, é claro, os que condenam essa política de escolher o mal menor. Eles insistem que não existe diferença significativa entre os principais partidos e são a favor de votar em algum que esteja “genuinamente” na esquerda.

Todos estamos familiarizados com esse debate e já ouvimos os argumentos várias vezes. No entanto, está claro, pelo menos para mim, que se não houver algum acordo entre esses três grupos em relação às táticas eleitorais, a esquerda mundial não tem muita chance de prevalecer a curto ou a longo prazo.

Acredito que exista uma forma de reconciliação. Ela consiste em fazer uma distinção entre as táticas de curto prazo e as estratégias a longo prazo. Concordo totalmente com aqueles que argumentam que obter poder estatal é irrelevante para as transformações de longo prazo do sistema mundial – e possivelmente as prejudica. Como uma estratégia de transformação, foi tentada diversas vezes e falhou.

Isso não significa que participar nas eleições seja uma perda de tempo. É preciso considerar que uma grande parte dos 99% está sofrendo no curto prazo. Esse sofrimento é sua preocupação principal. Tentam sobreviver, e ajudar suas famílias e amigos a sobreviver. Se pensarmos nos governos não como agente potencial de transformação social, mas como estruturas que podem afetar o sofrimento a curto prazo, por meio de decisões políticas imediatas, então a esquerda mundial se verá obrigada a fazer o que puder para conquistar medidas capazes de minimizar a dor.

Agir para minimizar a dor exige participação eleitoral. E o debate entre os que propõem o menor mal e os que propõem apoiar partidos genuinamente de esquerda? Isso torna-se uma decisão de tática local, que varia enormemente de acordo com vários fatores: o tamanho do país, estrutura política formal, demografia, posição geopolítica, história política. Não há uma resposta padrão. E a resposta para 2012 também não irá necessariamente servir para 2014 ou 2016. Não é, pelo menos para mim, um debate de princípios. Diz respeito, muito mais, à situação tática de cada país.

O segundo debate fundamental presente na esquerda é entre o desenvolvimentismo e o que pode ser chamado de prioridade na mudança da civilização. Podemos observar esse debate em muitas partes do mundo. Ele está presente na América Latina, nos debates fervorosos entre os governos de esquerda e os movimentos indígenas – por exemplo na Bolívia, no Equador, na Venezuela. Também pode ser acompanhado na América do Norte e na Europa, nos debates entre ambientalistas/verdes e os sindicatos, que priorizam manutenção dos empregos já existentes e a expansão da oferta de emprego.

Por um lado, a opção desenvolvimentista, apoiada por governos de esquerda ou por sindicatos, sustenta que sem crescimento econômico, não é possível enfrentar as desigualdades econômicos do mundo de hoje – tanto as que existem dentro de cada país quanto as internacionais. Esse grupo acusa o oponente de apoiar, pelo menos objetivamente e talvez subjetivamente, os interesses das forças de direita.

Os que apoiam a opção anti-desenvolvimentista dizem que o foco em crescimento econômico está errado em dois aspectos. É uma política que leva adiante as piores características do sistema capitalista. E é uma política que causa danos irreparáveis – sociais e ambientais.

Essa divisão parece ainda mais apaixonada, se é que é possível, que a divergência sobre a participação eleitoral. A única forma de resolver isso é com compromissos, diferentes em cada caso. Para fazer com que isso seja possível, cada grupo precisam acreditar na boa fé e nas credenciais de esquerda do outro. Isso não será fácil.

Essas diferenças poderão ser superadas nos próximos cinco ou dez anos? Não tenho certeza. Mas se não forem, não acredito que a esquerda mundial possa ganhar, nos próximos vinte ou quarenta anos, a batalha fundamental. Nela se definirá que tipo de sistema sucederá o capitalismo, quando este sistema entrar definitivamente em colapso.

Leia também:

Immanuel Wallerstein, provocador: capitalismo está condenado: resta saber quê irá substituí-lo. Transição não será apocalíptica: dependerá das escolhas que fizermos agora

> Mais textos de Wallerstein em Outras Palavras

quarta-feira, 4 de janeiro de 2012

Salário de professores do ensino fundamental é o 3º pior do mundo


CNTE – O professor brasileiro de primário é um dos que mais sofre com os baixos salários.

É o que mostra pesquisa feita em 40 países pela Organização Internacional do Trabalho (OIT) e a Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (Unesco) divulgada ontem, em Genebra, na Suíça. A situação dos brasileiros só não é pior do que a dos professores do Peru e da Indonésia.

Um brasileiro em início de carreira, segundo a pesquisa, recebe em média menos de US$ 5 mil por ano para dar aulas. Isso porque o valor foi calculado incluindo os professores da rede privada de ensino, que ganham bem mais do que os professores das escolas públicas. Além disso, o valor foi estipulado antes da recente desvalorização do real diante do dólar. Hoje, esse resultado seria ainda pior, pelo menos em relação à moeda americana.


Na Alemanha, um professor com a mesma experiência de um brasileiro, ganha, em média, US$ 30 mil por ano, mais de seis vezes a renda no Brasil. No topo da carreira e após mais de 15 anos de ensino, um professor brasileiro pode chegar a ganhar US$ 10 mil por ano. Em Portugal, o salário anual chega a US$ 50 mil, equivalente aos salários pagos aos suíços. Na Coréia, os professores primários ganham seis vezes o que ganha um brasileiro.


Com os baixos salários oferecidos no Brasil, poucos jovens acabam seguindo a carreira. Outro problema é que professores com alto nível de educação acabam deixando a profissão em busca de melhores salários.


O estudo mostra que, no País, apenas 21,6% dos professores primários têm diploma universitário, contra 94% no Chile. Nas Filipinas, todos os professores são obrigados a passar por uma universidade antes de dar aulas.


A OIT e a Unesco dizem que o Brasil é um dos países com o maior número de alunos por classe, o que prejudica o ensino. Segundo o estudo, existem mais de 29 alunos por professor no Brasil, enquanto na Dinamarca, por exemplo, a relação é de um para dez.


Segundo a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), o salário médio do docente do ensino fundamental em início de carreira no Brasil é o terceiro mais baixo do mundo, no universo de 38 países desenvolvidos e em desenvolvimento. O salário anual médio de um professor na Indonésia é US$ 1.624, no Peru US$ 4.752 e no Brasil, US$ 4.818, o equivalente a R$ 11 mil. A Argentina, por sua vez, paga US$ 9.857 por ano aos professores, cerca de R$ 22 mil, exatamente o dobro. Por que há tanta diferença?

Fonte: CNTE
Via blog da professora Lirani

Michel Teló é o novo "fenômeno" entre os europeus.

Michel Teló faz sucesso na Europa como Chico Buarque e Kaoma já fizeram. O europeu gosta de nossa música, seja ela boa ou ruim - e a definição de bom ou ruim deve ficar a critério de cada um. Foto: Divulgação

Fernando Vives fala de seu passeio pela Europa e das vertentes musicais brasileiras que por lá ouviu. Em seu texto, ele faz uma análise bem humorada sobre o gosto musical do europeu que vai de Chico Buarque ao Michel Teló, que se transformou talvez na maior febre musical da Europa nesse inverno de lá.


O sucesso europeu de Teló surgiu quando o jogador português do Real Madrid, Cristiano Ronaldo, marcou um gol e saiu comemorando com a dancinha de “Ai se eu te pego”, o maior hit do cantor, na frente das câmeras junto com o jogador brasileiro Marcelo, seu amigo que apresentou-lhe a música. Aí foi um rastilho de pólvora: há versões da música em espanhol, inglês, holandês e italiano. E algumas outras virão por aí. Já é considerada em vários países a nova Macarena. Hoje, por toda a Europa, dificilmente existe uma festa sem “Ai se eu te pego”. Surrealmente, até o exército israelense entrou na onda: integrantes da sua tropa de elite fizeram um vídeo com dancinha, o que causou celeuma em Israel.
http://youtu.be/fZ7cPSsaYpM
Leia mais...>O europeu gosta de Chico Buarque e de Michel Teló 

Vale a piada de que a crise na Europa é tão feia que até o Michel Teló anda fazendo sucesso por aquelas bandas.

A realeza espanhola desconsidera a crise econômica e esbanja opulência

A decrépita família real espanhola está na berlinda. Na semana passada, ela foi forçada a divulgar, pela primeira vez na sua longa e anacrônica história, que gasta 8,4 milhões de euros (cerca de R$ 20 milhões) por ano e que a renda dos familiares do rei Juan Carlos subiu nos últimos anos. Enquanto o país afunda na grave crise econômica, com 22% de desempregados, a realeza esbanja opulência.


A divulgação dos gastos decorreu do crescente desgaste da monarquia na sociedade espanhola, indignada com as falcatruas dos ricaços num país em recessão. No início de dezembro veio a público que o genro do rei, Iñaki Urdangarin, desviou verbas públicas destinadas à entidade que dirigiu entre 2004 e 2006 e que embolsou R$ 14 milhões dos governos nacional e catalão.

Corrupção e opulência reais

O escândalo de corrupção levou a realeza a divulgar suas despesas para tentar desviar a atenção. Os milionários gastos “reais” não são auditados pelo tribunal de contas e nem incluem os altos custos com viagens. “Ficou óbvio que eles precisavam prestar contas. Achei uma vergonha alheia”, disse Duran Lleida, líder do CiU (Convergência e União), o principal partido catalão.

Mas a “transparência real” foi pura balela. A abertura das contas foi menos detalhada do que a de outras realezas. Os gastos foram enumerados em categorias genéricas, como “serviços” e “pessoal”. Mesmo assim, deu para saber que o rei Juan Carlos recebe R$ 703 mil anuais, quatro vezes mais do que o premiê espanhol. Soube-se ainda que nenhum membro da realeza paga por água, luz e gás. E que no fim de 2008, em plena eclosão da crise espanhola, os salários da realeza aumentaram em R$ 200 mil.

A mídia colonizada se cala!

No final de 2007, durante a XVII Conferência Ibero-Americana, realizada em Santiago do Chile, o petulante rei Juan Carlos ganhou os holofotes da mídia colonizada ao desrespeitar Hugo Chávez. Diante das críticas do presidente da Venezuela a ação fascista do premiê José Maria Aznar na tentativa frustrada de golpe naquele país, o rei gritou: ¿Por qué no te callas?

Seria o caso de plagiá-lo agora: Por que não te calas, rei Juan Carlos? Por que a sociedade espanhola ainda banca as luxurias da decadente monarquia? Outra pergunta poderia ser feita à mídia subserviente: por que te callas diante das graves denúncias de corrupção e de opulência da realeza espanhola?


Por Altamiro Borges, em seu blog

FELIZ ANO NOVO


"O que eles fizeram nas privatizações é que pode ser considerado um lixo, isso sim".
Frase do jornalista AMAURY JR, autor do livro A Privataria Tucana, em resposta ao ex-ministro José Serra que havia classificado a obra como "lixo".