"Toda história tem três lados: o meu, o seu e os fatos." ( Foster Russel)

quinta-feira, 22 de março de 2012

JPMorgan fecha conta do Vaticano que facilita lava...

 O JPMorgan, instituição financeira com sede nos Estados Unidos, informou que a sua filial italiana vai fechar a conta que está em nome do banco do Vaticano porque ela não é suficientemente transparente de modo a impedir ou dificultar a lavagem de dinheiro.

De acordo com agências de notícias, o JPMorgan tomou essa decisão após o Vaticano ter-se recusado a dar explicações sobre algumas transferências de dinheiro feitas na filial de Milão...
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sexta-feira, 16 de março de 2012

O GOVERNO RECONHECE A FORÇA DOS EDUCADORES DO PARANÁ

Na manhã desta quinta-feira(15/03), mais de 7mil profissionais da educação do Paraná realizaram passeata em Curitiba e, em todo o Estado, mais de 90% da categoria aderiu a paralisação proposta pela APP- Sindicato (orgão sindical que representante da categoria). Os educadores exigem o cumprimento da lei. O Piso é lei. 

A grande mobilização da categoria faz avançar as negociações. O governador que parecia irredutível, agora reconhece a força da categoria e garante que até o dia 27/03 apresentará proposta para cumprimento da LEI DO PISO: SALÁRIO E HORA ATIVIDADE; REAJUSTE PARA OS FUNCIONÁRIOS E, REESTRUTURAÇÃO DO SISTEMA DE SAÚDE - SAS.

Os PROFESSORES e demais Profissionais da Educação deverão permanecer em estado de alerta e, não havendo o cumprimento da pauta de reivindicação, o caminho mais provável será uma greve por tempo indeterminado.

terça-feira, 13 de março de 2012

Com medo da forte adesão a greve, Prefeitura de Curitiba tenta ameaçar e coagir professores

O SISMMAC está indignado com a postura da Prefeitura de Curitiba, que, por meio dos chefes de núcleo e de alguns diretores de escola, coage os profissionais do magistério, dissemina o terror, faz ameaças, constrange e intimida. Essa ação é premeditada e tem o objetivo de amedrontar a categoria e impedir nosso movimento grevista. Isso é coisa da DITADURA!

O direito de greve está previsto no art. 37, inciso VII da Constituição Federal. Impedir os profissionais do magistério de participar de uma manifestação pacífica é coisa de gente autoritária, que desconhece as leis. Os abusos cometidos pelos chefes de núcleo e algumas direções podem gerar processos administrativos, bem como motivar o Sindicato a ingressar com ações judiciais a fim de punir tais práticas.

Os professores coagidos ou que sofrerem ameaças deverão imediatamente fazer registrar em ata.

Greve é direito!
A greve é um direito constitucional e vamos exercê-lo! Essa foi a vontade expressa pelo conjunto do magistério na assembleia do dia 8 de março, quando 1060 professores aprovaram por unanimidade a deflagração da nossa greve. A paralisação é necessária para que a população de Curitiba saiba como a administração municipal trata os profissionais do magistério.

Nossa greve é, acima de tudo, um apelo por respeito e valorização. Ceder as ameaças e retroceder agora seria deslegitimar a nossa luta, fingir que estamos satisfeitos e que os baixos salários e as péssimas condições de trabalho são tudo o que merecemos.

Os profissionais do magistério não vão tolerar as intimidações da administração municipal. Vamos reagir à altura! É hora de mostrar coragem, que estamos unidos e mobilizados e que o magistério não tem medo de cara feia!

Prefeitura comete prática anti-sindical e desrespeita a Lei
O Mandado de Injunção 112/2007 – que estende os efeitos da Lei de Greve (Lei Federal nº 7.783/89) aos trabalhadores do Estado – é claro: os servidores públicos têm direito à greve e o Estado é PROIBIDO de adotar meios que forcem os servidores a comparecerem ao trabalho, bem como de utilizar meios que possam frustrar a divulgação do movimento.

Isso significa que a Prefeitura fere a lei ao ameaçar os professores com penalidades – algumas que sequer estão previstas na legislação – e ao impedir o Sindicato de entrar nas escolas para conversar com os trabalhadores.

Coação e assédio moral
As ações da Prefeitura também configuram em práticas de assédio moral e coação – crimes previstos no Código Penal. O artigo 146 do Código prevê multa ou detenção de três meses a um ano para quem “constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça, ou depois de lhe haver reduzido, por qualquer outro meio, a capacidade de resistência, a não fazer o que a lei permite, ou a fazer o que ela não manda”.

A lei está do nosso lado. Somos servidores públicos estatutários e a Prefeitura só pode punir um de nós, se houver falta grave, após tramitação de um Processo Administrativo Disciplinar, onde deverá ser assegurada ampla defesa.

Quem está em estágio probatório também pode participar da greve
Os professores que possuem menos de três anos de rede têm o mesmo direito de se manifestar do que qualquer outro. Os dias de paralisação não podem ser considerados faltas injustificadas, nem faltas graves. Por isso, mesmo quem está no estágio probatório não pode ser exonerado por ter participado do movimento grevista. Também não pode haver a qualquer exoneração sem a instauração de processo administrativo disciplinar.

Além disso, não existe qualquer previsão legal de punição para os servidores em estágio probatório no que se refere a sua participação em movimento grevista. Isso significa que, se o professor for ameaçado, deverá fazer registrar em ata para ter comprovação.

Diretor de escola também é professor e pode aderir ao movimento
Os diretores das escolas são professores e servidores públicos e, por isso, têm direito de participar da greve como qualquer outro trabalhador. Como trabalhadores, os diretores também direito de ajudar a convencer os demais colegas de trabalho a aderirem à greve, utilizando para isso meios pacíficos.

Entretanto, para evitar que as direções comprometidas com a defesa da educação pública sejam perseguidas administrativamente pela Prefeitura, a direção do SISMMAC orienta para que tomem alguns cuidados durante a greve:

As direções devem manter os portões da escola abertos. Assim, os demais funcionários da unidade poderão assinar o livro-ponto. Os professores que optarem por “furar a greve” também não devem ser impedidos de entrar na escola; o convencimento deve ser feito através do debate e da troca de ideias.

• Os cartazes produzidos para informar o início da greve, os bilhetes e demais materiais encaminhados aos pais de alunos devem ser assinados pelo coletivo de professores da escola e não pela direção. A greve é uma decisão do conjunto dos trabalhadores do magistério e é assim que deve ser apresentada para a comunidade.

As direções devem organizar reuniões do Conselho da Escola onde for possível para debater os motivos da paralisação e aprovar o apoio do Conselho à greve dos professores municipais. Essa será mais uma garantia para as direções e para os demais professores da unidade.

sexta-feira, 9 de março de 2012

Na linha de frente do mundo árabe, as mulheres


Diferentemente do que se costuma difundir, no mundo árabe, o protagonismo feminino nos campos de batalha e em diversas áreas do conhecimento é histórico.

Por Soraya Misleh, em Escrevinhador
Via Portal Vermelho

As revoluções no mundo árabe vêm derrubando não só ditaduras e trazendo à tona suas relações com o império. Vêm também desconstruindo estereótipos. Entre eles, as tão frequentes quanto equivocadas generalizações em relação às mulheres árabes.

No Brasil e em várias partes do globo, a imagem transmitida por agências de notícias internacionais e mídias corporativas é de um grupo absolutamente homogêneo. São mulheres cobertas com véus, submissas, que escondem uma sensualidade intrínseca por trás de suas pesadas roupas, normalmente de cor escura. O colorido da diversificada e rica sociedade árabe é deliberadamente omitido.

O primeiro mito que as revoluções que tiveram início na Tunísia em fins de 2010 e se alastraram por diversos países colocou por terra foi de que essas mulheres jamais se colocariam na linha de frente das batalhas por direitos. Os levantes que derrubaram até agora quatro ditaduras – e continuam em curso – demonstraram que seu protagonismo foi e tem sido fundamental para pôr fim a regimes opressores.

No Egito, é comum a cena de milhares de mulheres na Praça Tahrir. Ao se congelar essa imagem, outro mito é desfeito: o de que todas elas usam véus. O senso comum, fundamentado na ideia de que toda árabe é muçulmana, é desafiado (como se não houvesse outras religiões ou nenhuma fé no seio dessas sociedades e todas as islâmicas usassem obrigatoriamente véu, o que também é uma falácia). Há mulheres cobertas, descobertas, com roupas de todo tipo, como em qualquer outra sociedade.

A ideia de que as muçulmanas estão à margem desses processos também é desmontada no curso das revoluções. A egípcia feminista Nawal El Saadawi, que pôde ser vista ao lado de outras lutadoras nas grandes manifestações na Praça Tahrir, explica em seus escritos que o Islã chega a ser mais suave no que se refere às diferenças de gênero. O que ocorre é que a religião tem sido usada como meio de dominação, mediante distintas interpretações, de modo a favorecer o grupo político hegemônico e manter a opressão de classe.

O que ainda está por ser desconstruído é a ideia de que a participação feminina em revoluções no mundo árabe é novidade. Quem elucida esse tema é Nawal. Em seu único livro traduzido para o português, A face oculta de Eva – as mulheres do mundo árabe, ela salienta: “A história tem descrito, com falsidade, muitos dos fatos relacionados ao sexo feminino. As mulheres árabes não são mentalmente deficientes, como os homens e a história, escrita por eles, tendem a afirmar, tampouco são frágeis e passivas. Ao contrário, as árabes mostraram resistência ao sistema patriarcal centenas de anos antes que as americanas e europeias se lançassem a essas mesmas lutas”.

Sistema esse que passou a predominar a partir do surgimento da noção de propriedade privada e divisão de classes, como ensina Nawal em sua obra. Em tempos ancestrais, em que predominava o nomadismo e a agricultura de subsistência, as mulheres detinham a igualdade em assuntos sociais, econômicos e na esfera política.

Destituídas dessa posição e relegadas às camadas sociais inferiores, as mulheres da região, assim como em outras partes do globo, vêm assumindo a linha de frente na oposição a esse status quo. Assim, ao longo dos séculos, têm desempenhado papel fundamental nas lutas contra o colonialismo, a dominação, por direitos, justiça.

Não poderia ser diferente: acabar com a desigualdade de gênero é bandeira crucial na transformação dessas sociedades. Nesse ponto, Nawal é categórica: “Enquanto os assuntos do Estado ou do poder administrativo forem delegados à mulher dentro de uma estrutura social de classes, baseada no capitalismo e no sistema familiar patriarcal, homens e mulheres hão de permanecer vítimas da exploração.” Mudar esse estado de coisas mantém-se na ordem do dia de muitas mulheres.

Protagonismo histórico

Em seu livro, Nawal descreve uma série de acontecimentos que não deixam dúvidas de seu protagonismo histórico em diversas áreas – nos campos de batalha, na literatura, na poesia. Ela cita diversos nomes femininos que inclusive combateram nas fileiras do profeta Maomé ou contra ele e seus seguidores, na era islâmica. As próprias esposas do profeta eram exemplos de mulheres firmes, que não abriam mão de seus direitos.

Dando um salto no tempo até o início do século 20, a escritora relata que no Egito foram as mulheres as primeiras a deflagrar greves, ocupar fábricas e marchar por direitos. Participaram ativamente na revolução nacional de 1919, contra o imperialismo britânico. No país, em 1923, foi fundada a Federação das Mulheres. Em outra revolução, em 1956, arrancaram o direito a voto.

A autora complementa: “O Egito não foi o único país árabe no qual a mulher participou ativamente na luta contra o imperialismo estrangeiro e a opressão interna. A mulher em todo o mundo árabe lutou ombro a ombro com o homem pela libertação nacional e pela justiça social.”

Na Síria, no Líbano e na Argélia, tiveram papel fundamental contra a ocupação francesa. No Iraque, também se opuseram ao imperialismo e contribuíram “para acelerar as transformações sociais”. Na Jordânia, historicamente têm “organizado a luta nas frentes sociais, políticas ou econômicas”. No Sudão, tiveram papel destacado no movimento nacional de libertação contra os ingleses. No Kuwait, na Líbia, no Iêmen, no Marrocos, têm dado sua contribuição por justiça e liberdade.

Na Palestina, foram pioneiras em protestar contra a instalação dos primeiros assentamentos sionistas ainda no final do século 19, com fins coloniais – e têm resistido aos mais de 60 anos de ocupação israelense na linha de frente. “A extensa lista de mártires serviria para encher as páginas de todo um capítulo, mas entre as mais conhecidas estão Leila Khaled, Fátima Bernaw, Amina Dahbour, Sadis Abou Ghazala e outras cujos feitos intrépidos um dia serão admirados pelas futuras gerações de jovens e mulheres.”







quinta-feira, 8 de março de 2012

O Dia Internacional das Mulheres

''A história de todas as sociedades que existiram até nossos dias tem sido a história das lutas de classes.'' (Karl Marx)



A mídia burguesa dificilmente divulga a verdadeira razão pelo qual comemora-se o dia da mulhes, se dá uma conotação meramente comercial, deixando de lado o verdadeiro espírito da comemoração, a data nunca é apontada como um dia que verdadeiramente marca o engajamento e a luta das mulheres na construção de uma sociedade mais justa e igualitária.

Poucas são as pessoas que sabem o verdadeiro significado desse dia: O fato mencionado abaixo se deu no bojo do capitalismo, quando surge  a necessidade da luta de classes, luta de mulheres que além da submissão patriarcal, combateram os grilhões da escravidão assalariada.

No dia 8 de Março de 1857,  130 operárias têxteis de Nova York, insurgiram, ocuparam uma fábrica e declararam greve por melhorias nas condições de trabalho. Reivindicaram melhores salários e redução na jornada de trabalho de 16 para 10 horas.

Diante da insubordinação dessas trabalhadoras que tinham consciência de seus papeis no processo de transformação da sociedade. Os patrões optaram então por por medidas extremas, em nome da dominação e dos previlégios resolveram trancar a fábrica e incendiá-la com os trabalhadoras presas em seu interior. Anos depois, ONU resolveu declarar essa data como "o dia internacional das mulheres".

Na verdade, todo dia é dia de mulheres e homens que lutam por um mundo mais justo e igualitário.

As admiráveis mulheres do Brasil


Admiráveis mulheres brasileiras: uma homenagem para quem foi capaz de fazer a própria história...

"A alegria está na luta, na tentativa, no sofrimento envolvido e não na vitoria propriamente dita".
Mahatma Gandhi


PATRÍCIA GALVÃO
Patrícia Rehder Galvão, conhecida pelo pseudônimo de Pagu, nasceu em São João da Boa Vista (1910 – 1962) foi uma escritora e jornalista brasileira. Militante comunista teve grande destaque no movimento modernista iniciado em 1922. Foi a primeira mulher presa no Brasil por motivações políticas.

Com 18 anos, mal completara o Curso na Escola Normal da Capital (São Paulo, 1928) e já está integrada ao movimento antropofágico, de cunho modernista, sob a influência de Oswald de Andrade e Tarsila do Amaral. É logo considerada a musa do movimento. Mas, em 1930, escandalizou a sociedade conservadora de então: Oswald separa-se de Tarsila e casa-se com Pagu. No aspecto político, os dois se tornam militantes do Partido Comunista.

Ao participar da organização de uma greve de estivadores em Santos Pagu é presa pela polícia política de Getúlio Vargas. Era a primeira de uma série de 23 prisões, ao longo da vida. Logo depois de ser solta, em (1933), partiu para uma viagem pelo mundo, deixando no Brasil o marido e o filho.

Em 1935 é presa em Paris como comunista estrangeira, com identidade falsa, e é repatriada para o Brasil;. Separa-se definitivamente de Oswald, por conta de muitas brigas e ciúmes. Ela retoma sua atividade jornalística, mas é novamente presa e torturada pelas forças da Ditadura, ficando na cadeia por cinco anos.

Ao sair da prisão, em 1940, rompe com o Partido Comunista, passando a defender um socialismo de linha trotskista. Integra a redação de A Vanguarda Socialista junto com seu marido Geraldo Ferraz.


MARGARIDA ALVES
Margarida Maria Alves, trabalhadora rural, presidente do Sindicato de Trabalhadores rurais de Alagoa Grande, município do Estado da Paraíba, foi covardemente assassinada por um pistoleiro, a mando dos usineiros da região do brejo paraibano.

O crime brutal aconteceu em 12 de agosto de 1983, Margarida estava em frente a sua casa com o marido e o filho, quando um matador de aluguel deu um tiro de espingarda calibre 12,em sua cabeça. Dos cinco acusados de serem os mandantes do crime, apenas dois foram julgados e, em seguida absolvidos.

As mulheres trabalhadoras rurais brasileiras iniciaram a sua organização a partir de movimentos sociais específicos. É nesse contexto que Margarida torna-se uma das mulheres pioneiras na luta pelos direitos dos trabalhadores e trabalhadoras rurais no Brasil, desde então, 1973 ocupava a presidência do STR e, na época da sua morte havia movido 73 ações trabalhistas contra os latifundiários da região, desafiando o poder ali constituído.


Como símbolo de resistência e também de luta, ela nunca se rendeu às ameaças dos ricos, e era categórica em afirmar: “é preferível morrer lutando, que morrer de fome". Após a sua morte tornou-se um símbolo da existência e da resistência das mulheres trabalhadoras rurais.


LEILA DINIZ
Leila Roque Diniz, nasceu em Niterói. No dia 25 de março de 1945, morreu em 1972. Formou-se em magistério e foi ser professora do jardim da infância no subúrbio carioca. Aos dezessete anos, se apaixonou e casou-se com o cineasta Domingos de Oliveira. Seu curto relacionamento durou apenas três anos. Foi então que surgiu a oportunidade de trabalhar como atriz, tendo trabalhado em inúmeras novelas e filmes.

Pode ser considerada uma mulher à frente de seu tempo, tornou-se um símbolo irreverente da resistência à ditadura nos anos 60, com um vocabulário afiado, Leila incomodava aos mal-humorados de plantão por revelar uma fórmula alegre de vida, agindo sem hipocrisia, vergonha ou pudor, derrubando convenções e tabus. Defendia o amor livre e o prazer sexual, num tempo de machismo e conservadorismo absolutos. Além disso, foi a primeira brasileira a aparecer grávida, de biquíni, numa fotografia de revista, em 1971.

Ao dar uma entrevista ao Pasquim em 1969, escandalizou a tradicional família brasileira por falar abertamente sobre todos os assuntos, e disse: " Você pode muito bem amar uma pessoa e ir para cama com outra. Já aconteceu comigo". Essa matéria proporcionou a edição mais vendida do Pasquim em todos os tempos. E foi o estopim para a instauração da censura prévia à imprensa, mais conhecida como Decreto Leila Diniz.


Aos 27anos, ao voltar da Austrália, onde foi recebeu um premio como melhor atriz, no Internacional Film Festival, pelo desempenho no filme "Mãos Vazias", Leila Diniz morre num desastre aéreo, em viagem de volta ao Brasil. Mais tarde, seus últimos registros, documentados num cartão postal para sua filha Janaína e em seu diário, revelariam sua felicidade por ser mãe e estar em paz com a vida.


CHIQUINHA GONZAGA
Chiquinha Gonzaga, a maestrina do Brasil

Francisca Edwiges Neves Gonzaga foi a primeira compositora da música popular brasileira, autora de duas mil composições e abolicionista. Nasceu no dia 17 de outubro de 1847, na cidade do Rio de Janeiro.


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Aos 16 anos, foi forçada pelos pais a se casar com Jacinto Ribeiro do Amaral, um oficial da Marinha mercante com quem teve três filhos: João Gualberto, Maria do Patrocínio e Hilário.

O encontro de Chiquinha Gonzaga com o meio boêmio carioca aconteceu com o fim do seu casamento. Como uma mulher separada no século XIX era uma aberração na sociedade, Chiquinha pagou um preço alto. Foi expulsa de casa por seu pai que, a partir daquele momento, renegou sua paternidade. Levou consigo apenas o filho mais velho, João. Maria foi criada pela avó materna e Hilário, por uma tia.

Em 1877, estreou como compositora com a polca "Atraente", que foi publicada pela editora de Joaquim Antonio Calado, amigo que a ajudou a ingressar no universo musical. Com ele formou uma dupla que foi precursora do choro ou chorinho. Como maestrina, a estréia aconteceu com a opereta "A Corte na Roça", em 1885.

Ao lado da carreira de maestrina, compositora e pianeira, dedicou-se também às campanhas abolicionista e republicana. Chiquinha vendia suas músicas de porta em porta e, com o dinheiro obtido, libertou o escravo Zé da Flauta. Após a abolição da escravatura, compôs um hino em homenagem à princesa Isabel. Na campanha republicana, protestava contra a monarquia em locais públicos, utilizando-se do seu prestígio para propagar a idéia.

Chiquinha é a autora da primeira marcha carnavalesca do país, "Ô Abre-Alas", composta em 1899. Faleceu em seu apartamento, no dia 28 de fevereiro de 1935, antevéspera de Carnaval.
EM CONSTRUÇÃO...

sexta-feira, 2 de março de 2012

VIOLÊNCIA E EDUCAÇÃO



Estamos experienciando atônitos tempos de barbárie, de flagrante negação da alteridade. O homem civilizado – homo sapiens - e cibernetizado – homo cyber - estereotipou-se, paradoxalmente, num outro eu estranho de si mesmo. Povoam as consciências profundas incertezas quanto à capacidade humana de encontrar a razoabilidade da vida, buscar a atitude sensata, sondar o recôndito valor de sua existencialidade. O que nos deixa em letargia e desolação é a incerteza inexorável de uma eventual restauração da estrutura ontológica do indivíduo. Creio que a perda da dimensão do outro, tenha afastado o homem de sim mesmo. Uma existência, digo, humana, só se reconhece na presença de outra existência, fora disso o homem não saberia de si, de sua facticidade, historicidade.

Por Sótero Araújo Medrado, via Caros Amigos

Atrocidades

"Nada mais se fala senão em horrendas atrocidades do humano contra o humano. A vida tornou-se impossível. Há insuficientes ecos de defesa em favor da vida. Mas há muito mais eficiência na acusação contra ela"


A escalada da violência perpetrada pelo homem em todo mundo tem pautado diuturnamente os noticiários nacional e internacional. Nada mais se fala senão em horrendas atrocidades do humano contra o humano. A vida tornou-se impossível. Há insuficientes ecos de defesa em favor da vida. Mas há muito mais eficiência na acusação contra ela. A vida vem se despotencializando, nadificando-se. A existência do outro, assim como a do algoz, que a natureza levou bilhões de anos para engendrar, é abruptamente ceifada por atos tresloucados de bestialidade, que espalha dor e cega qualquer tentativa de compreensão desses desmandos. Assistimos, assim, o desequilíbrio de uma ordem (Razão) implícita a toda natureza, que governa o universo segundo o signo de uma justa medida. A falta de discernimento por parte do homem em face da existência de uma consciência cósmica, que os gregos chamavam de LOGOS e os latinos de ratio, vem nos empurrando ao caos inicial, onde não havia ordem (bom senso), mas a desorientação de corpos cegos a vagar no espaço.

Natureza x razão

Invocar o estatuto natural do homem, a sua animalidade, a sua função instintiva de alimentação, reprodução e conservação, como fundante de suas ações de topor e estupenda agressão contra o seu igual, não me parece razoável. Que a violência assenta algumas de suas raízes na base natural, não há dúvida. Mas a animalidade por si só não é determinante da desordem do homem. A necessidade do ser-da-razão e a resposta dada a esta vai determinar o seu aspecto de negatividade ou positividade, evidenciando o seu componente de violência. A busca desmedida para satisfazer desejos produz uma potencialidade negativa, que está na ordem da sua aquisição ou não. A satisfação e a insatisfação são a dualidade, no interior da qual se efetiva o problema da violência.

Mais do que a natureza, o dado da razão dotou o homem de autoconhecimento e valores, como virtude, moral e sabedoria, o que pode ser confirmado em Sócrates e Platão. Assim, conferiu ao homem a capacidade volitiva e a liberdade de escolha. O homem é o único animal que sabe que sabe. Sabe o que quer e mais que isso, o que não quer. Sabendo o que não quer, ele escolhe, decide e se projeta para o que poderá querer, seguro de que pode sempre mais. A crença no possível é tarefa que o homem não deve postergar. É precisamente nesse movimento, que o homem faz a passagem da necessidade à escolha, donde se operacionam os sentimentos de contentamento e descontentamento, "cheio ou vazio”, "falta ou completude", que a depender do saciar-se ou não, produz a violência.

Cartesianismo

Na época, século XVI, a res-cogitans, pensada por Descartes, foi apresentada como solução para o conhecimento e os problemas humanos, a extensão era só a verificabilidade do pensado (res-extensa= a matéria extendida no espaço, inclusive o meu corpo). O cartesianismo reduziu o homem a um dualismo psicofísico, protagonizado por um racionalismo que se estabeleceu enquanto critério de verdade. O Cogito, Ego Sum cartesiano aprisionou o homem no pensamento, assim como Sigmund Freud o encarcerou no inconsciente. No primeiro, temos um homem cuja ações são dirigidas por um racionalismo exacerbado e uma mentalidade mecânica da vida. Aqui o mundo já está dado, não cabendo mais lugar para imprevisibilidade, o novo. No segundo, as ações do homem são explicadas pela força residual do passado, enquanto conteúdo do inconsciente, que determina as suas atitudes. Já para Karl Marx, a causa do sofrimento do homem estava nas relações de trabalho. Mudando a lógica trabalho x capital, o homem estaria salvo. Onde está de fato o problema do homem? Será que a razão sozinha pode nos apontar uma saída? E o inconsciente, o que tem a contribuir? Ou mudando o modelo de produção econômica com ênfase no capital, para um outro com acento no social, redimiria o homem?

"A violência reside na tensão entre a necessidade e a busca da satisfação. Ela não está somente na carência, mas também na abundância"


Mutatis mutandi, problema da violência não deve passar ao largo do âmbito da razão. Não se postula aqui forjar o homem ideal, mas garantir a sua possível razoabilidade. Por outro lado, abandoná-lo nos braços de Gaia, como desejou Nietzsche, seria imergi-lo na combustão da imanência sem transcendência.

Necessidade x desejo

Desta forma, a violência reside na tensão entre a necessidade e a busca da satisfação. Ela não está somente na carência, mas também na abundância. Aprendemos com o estudo do desenvolvimento dos povos que as nações quando atingem altos índices de desenvolvimento e bem-estar, ressentem da sensação de inércia diante da falta de expectativa e prospectiva de vida, quando não se sabe mais o que buscar. O que está cheio já não recebe mais, carecendo da falta do receber. Este sintoma da vazão ao tédio, o egoísmo e a solidão. Aqui, o homem cercado de tudo, vivência o seu mais completo niilismo, o nada, a impotência de não ter mais nada a necessitar, senão a necessidade de esvaziar o corpo cheio, para sentir-se novamente desejoso de enchê-lo.

Não somos imparciais quando dizemos que a violência só vem dos morros, das ruas, das drogas, ou seja, de onde mais sentimos a ausência do Estado?! Mas o que dizer daquela violência oriunda de pessoas mais instruídas e abastadas? Jovens de classe alta, embriagados, drogados ou não, socialmente saciados dos seus apetites mais refinados, não tendo mais o que possuir, apóiam-se em seus carrões para dar evasão a seus desejos fúteis e desmedidos, fazendo da velocidade a morte dos seus semelhantes. Ainda, o que dizer de jovens ricos que ateiam fogo em mendicantes, índios e trabalhadores? O que dizer da escalada dos homicídios que assolam o Brasil? Pais que vitimam filhos indefesos e filhos que tiram as vidas dos seus genitores, etc.

Insanidades

É sabido que a violência se camufla em múltiplas formas e graus. A violência física é o ápice da insanidade do homem em se afirmar pela força e o poder de dominar e/ou eliminar o outro. As outras manifestações de violência às vezes podem ser potencialmente mais devastadoras do que a física, como por exemplo, a humilhação pelo destrato, a discriminação de qualquer natureza, a indiferença, o abandono, as desigualdades, os assédios, a exploração sexual e do trabalho infantil, a violência doméstica, enfim as nossas intolerâncias políticas e religiosas.


"O papel da Educação é uma das vias fundamentais na potencialização do homem em discernir sensatamente o objeto de suas necessidades e aí poder fazer as suas escolhas com bom juízo"


Em síntese, banir a violência não é uma tarefa possível, mas só ponderável - remediável pelo restabelecimento da sensatez. Aqui o papel da Educação é uma das vias fundamentais na potencialização do homem em discernir sensatamente o objeto de suas necessidades e aí poder fazer as suas escolhas com bom juízo. Saber julgar ou julgar com parcimônia é a condição para vida em harmonia e respeito aos semelhantes, o que quer dizer fazer-se outro enquanto outro - se colocar no lugar do outro. Quem se põe no lugar do outro se faz o MESMO, antevendo a sensação que poderia causá-lo.

Leitura

Na esteira da discussão sobre a violência, quero sublinhar aqui, o inadiável incentivo à leitura nas escolas de ensino fundamental e médio. A leitura é um vetor de desenvolvimento cognitivo e de universalização do homem. Pela leitura, o homem descortina os meandros do conhecimento, de um mundo fantástico de infinitas possibilidades. Por esta, o homem se redimensiona e liberta-se da condição limite e limitante de sua capacidade intelectual e social.

Uma nova têmpera de homem, forjado pelo ‘fogo’ da leitura e a alegria de viver e fazer viver, é tudo que perseguimos, no escopo da humanização do homem, que deve ultrapassar-se a si mesmo, em razão da ressignificação de sua existência





Sótero Araújo Medrado é professor da Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia (UESB) e coordenador do Café Phylo

Lucio Dalla, cantor italiano morre aos 68 anos.

Lucio Dalla (1943-2012)
Lucio Dalla, cantor e compositor italiano faleceu em Montreux nesta quinta-feira(01). Um dos mais célebres músico italianos, com mais 50 anos de atividade artística, morre aos 68 anos em consequencia de um enfarto fulminante.

Nascido em Bolonha em 04 de março de 1943, era musicista com formação de jazz, mundialmente reconhecido como autor de músicas compostas em fase madura: sua produção musical atravessou muitas fases, desde a estação beat à experimentação rítmica e musical, até a canção de autor, indo além do limite das letras e canções italianas.

Página oficial:
http://www.luciodalla.it/